É possível fazer um seguro de automóvel vinculado ao CPF do condutor e não ao carro? Confira resposta!
Nosso visitante Anderson nos enviou a seguinte questão:
“Bom dia, tudo bem?
Primeiramente parabéns pelo Blog, um centralizador de algo que causa muita dúvida sempre.Sobre seguros contra terceiros “por CPF”.
Vou contar minha situação: possuo 5 veículos em meu nome, e SEMPRE SOMENTE EU utilizo eles. Dada as regras do universo, obviamente, eu nunca vou andar com mais de um carro ao mesmo tempo.
Dito isto, pergunto, há possibilidade de haver uma modalidade de seguro contra terceiros ( ou seja, é levado em consideração apenas meu perfil e não o veículo ) por CPF?
Assim como penso que DPVAT também deveria ser por CPF ou por CNH ( já que um pedestre não necessita ter um veículo para precisar de DPVAT, ou uma pessoa não utiliza dois DPVAT em um mesmo sinistro caso possua dois veículos ).
Meu perfil ( 25 anos, solteiro ) acredito que deva rondar na casa dos 700 reais cada. X 5 fica inviável. E fazer seguro somente daquele carro que eu mais ando, certamente pelas leis do universo, vou acabar precisando de seguro no carro que menos ando.
Desde já, muito obrigado”
Confira nossa resposta abaixo:
Olá Anderson, tudo bom?
Obrigada, fico muito feliz com seu feedback! :)
Sua questão é bastante interessante!
Infelizmente não existe modalidade de seguro compreensivo ou somente RCF (terceiros) vinculada exclusivamente ao CPF do segurado. Todos os seguros destas modalidades garantem cobertura para danos necessariamente causados pelo veículo discriminado na apólice.
As situações mais flexíveis existentes no mercado atualmente são o seguro auto somente para terceiros e o seguro auto somente para passageiros.
No seguro auto terceiros (RCF-V) da Liberty e no seguro APP da Tókio, por exemplo, há cobertura para qualquer motorista habilitado, mas permanece o pré-requisito de que os danos sejam causados pelo veículo especificado na apólice.
Indo um pouco além dos seguros de automóvel simplificado, existem outras modalidade de seguro relacionadas à responsabilidade civil, porém nenhuma dela com cobertura para “motoristas em geral”. O seguro RC Profissional, por exemplo, garante cobertura para prejuízos decorrentes de erros e omissões de profissionais como advogados, contadores, corretores etc., – contudo tem foco exclusivamente em atividades profissionais (não podendo ser contratado fora do exercício da atividade) e mesmo entre as atividades com aceitação, não há enquadramento para motoristas.
Creio que a dificuldade na criação de um seguro de automóvel para danos a terceiros vinculado ao CPF e não o veículo esteja relacionada à precificação e mensuração do risco. Hoje em dia as seguradoras fazem grande parte da precificação e análise de risco pela amostragem dos modelos do carro. Esta amostra é facilmente obtida por meio dos registros de ocorrências (roubo, furto, incêndio etc.) assim como da base de dados da própria seguradora. Todas essas amostras são bem grandes e logo bastante significativas.
Para fazer uma precificação vinculada ao CPF a análise amostral não faz sentido, uma vez que trata-se de um único indivíduo, sendo necessário conhecer o histórico pessoal de cada motorista. O levantamento desse histórico individualizado além de mais custos e, creio eu, deve exigir um aparato tecnológico que ainda não é acessível às seguradoras.
Creio que também existe a dificuldade na garantia contratual. A ausência do vínculo de cobertura ao carro poderia se converter em incentivo a fraudes. Sem a especificação de um carro na apólice, a garantia de cobertura por meio do CPF aumenta a probabilidade de fraudes, uma vez que o risco é demasiadamente amplo e de difícil apuração. Um motorista que causa um dano mas não tem seguro em seu CPF poderia solicitar a um motorista com seguro em seu CPF para alegar ter causado os danos (de forma alguma afirmo que o senhor faria isso, é apenas um exemplo elucidativo).
Apesar disso tudo, não significa que isso não venha a mudar no futuro. Na verdade, o senhor tocou num ponto que já está em debate lá no exterior. Nos EUA já começaram estudos de precificação do seguro no modelo chamado “pay as you drive” (tradução literal: “pague de acordo com o que você dirige”). A ideia é que o segurado insira um sistema de monitoramento no veículo que analisará o risco, tempo de uso e sinistralidade daquele veículo especificamente, precificando o seguro não por análise de estatística amostral, mas sim dos dados de cada veículo individualmente. Não é um seguro vinculado ao CPF, mas como considera em minúcias quanto aquele carro é usado, o preço vai ser mais adequado a cada carro. Ainda não sabemos se esse modelo se difundirá e, se sim, quando chegará ao Brasil, mas ficamos na torcida!
Enfim, é um excelente debate e espero que esses pontos ajudem de alguma forma! :)
Para cotar seu seguro de terceiros, clique aqui:
Para cotar seu seguro total, clique aqui:
Existe seguradoras que oferecem seguros RCF-V com coberturas pré definidas, a baixos preços.
Nesse caso, como o Anderson tem 5 veículos, sairia mais em conta contratar esse tipo de seguro, uma vez que só pretende ter coberturas contra terceiros.
Um exemplo é a Bradesco seguros, que oferece o seguro “Bradesco Auto Assistência Total” que garante cobertura para terceiros com LMI de R$ 30.000 (DM e DP) e R$ 5.000 de Danos Morais. Fora a cobertura de assistência 24 horas, e serviços residenciais.
O valor é de 10 parcelas de R$ 49,90.
Jhonnatan, bom dia!
É um caminho! O seguro que indicamos no post, da Liberty, tem preço acessível e as vantagens de não ter perfil de risco, aceitar veículos de até 25 anos e sem realização de vistoria. Outras seguradoras também tem seguro somente RCF-V, como a Porto, Sul Am e Bradesco que o senhor mencionou – é só importante se atentar às regras de aceitação e enquadramento.
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Atenciosamente,