Saiba a maneira correta de fazer seguro de câmera fotográfica e acessórios adquiridos no exterior!
É comum fotógrafos adquirirem câmeras e acessórios no exterior, devido aos melhores preços e maior número de opções de equipamentos disponíveis. Nesses casos não existe nota fiscal, a qual é substituída pelo INVOICE, cuja tradução literal seria “fatura”.
Nessas situações a contratação do seguro de câmera e acessórios requer atenção sobre como enquadrar corretamente o limite máximo de cobertura. No post de hoje explicaremos como fazer esse enquadramento.
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O que é “limite máximo de indenização” no seguro de câmera
Antes de começarmos, é importante entender o que é o “Limite máximo de indenização no seguro de câmera”.
Este é o teto máximo que a seguradora pagará em caso de indenização integral do equipamento. Valores acima do limite, serão cobertos somente até o limite e a diferença fica a encargo do segurado. Também pode haver desconto de franquia. Maiores detalhes no vídeo abaixo.
Evite a simples conversão cambial
Equipamentos comprados no exterior são adquiridos em moeda estrangeira, por exemplo dólar ou euro. O valor da câmera e acessórios que constará no INVOICE estará na mesma moeda estrangeira na qual foi adquirido. Por conta disso, o caminho mais intuitivo seria o proprietário simplesmente fazer a conversão cambial da moeda estrangeira para o real e usar este valor convertido como limite máximo de cobertura no seguro.
Por exemplo: José compra uma câmera por 5.000 dólares no Estados Unidos e traz para o Brasil em Março de 2017. No mesmo mês José decide fazer um seguro para sua câmera. Decide que escolherá o limite máximo de cobertura convertendo o valor de 5.000 dólares para a moeda nacional, o real. Ele faz as suas pesquisas e vê que o câmbio está avaliado em torno de R$3,13, de modo que os 5.000 dólares valem, em moeda nacional, 3,13 x 5.000 = R$15.650.
Porém, esse caminho não é recomendável! Veja alguns motivos:
1) Para comprar o mesmo equipamento no Brasil, o preço pode ser muito diferente:
Muitas vezes os preços de câmeras e acessórios no exterior é mais em conta do que no Brasil, devido a um conjunto de fatores como tributação, taxas de importação e competitividade do mercado. Isso faz com que para se comprar um produto importado no Brasil, no geral os preços sejam mais caros do que a mera conversão cambial do mesmo produto vendido no exterior.
Isso significa que se ocorrer sinistro de indenização integral da câmera, o valor dado pela simples conversão cambial será insuficiente para adquirir nova câmera equivalente à anterior, aqui no Brasil.
O caminho da conversão cambial simples vale apenas para o segurado que deseja fazer o seguro meramente para repor o valor em dinheiro do bem perdido, mas não o bem em si. Se a intenção do segurado em fazer o seguro é repor o bem por outro equivalente num caso de perda total, é necessário escolher o valor de cobertura de maneira diferente.
2) Câmbio está sujeito a grandes variações!
Existe ainda outro agravante na conversão cambial simples na determinação do valor máximo de cobertura do seguro de câmeras fotográficas adquiridas no exterior: o câmbio está sujeito a variações bruscas, enquanto que o contrato de seguro é “estático” e permanecerá com o valor escolhido no momento da contratação.
Isso pode gerar perdas ou ganhos, dependendo do comportamento do câmbio: Se o real valorizar (por exemplo, cair de R$3,13 para R$3,00), o contrato do seguro terá ficado vinculado a um valor maior, o que é relativamente bom. Porém, se o o real desvalorizar (por exemplo de R$3,13 para R$3,20), o contrato terá sido feito com um câmbio inferior, tornando a cobertura inicial relativamente menor.
Na medida em que a variação cambial pode ser entendida como um risco, e que o seguro é feito para evitar riscos e não assumir novos riscos, não faz sentido atrelar o seguro de câmera a essa variável.
Pesquise o valor da câmera no mercado nacional
“Mas se não é recomendável fazer a conversão cambial simples, como devo proceder?”. A resposta é a resposta para todas as perguntas do mundo: dê um Google! :)
Brincadeiras a parte, a recomendação nesses casos é fazer uma pesquisa de pelo menos três orçamentos de equipamentos com as mesmas especificações do seu. Com esses três orçamentos você poderá levantar o valor médio deste equipamento no Brasil, já inclusos tributos, taxas de importação etc. daqui. Com esse valor médio, você estará usando como referência um valor que, em tese, permitirá adquirir nova câmera aqui no Brasil.
Vale a dica de pesquisar em lojas de confiança. Como na internet tem de tudo um pouco, podem haver sites suspeitos com preços absurdamente mais baixos e que poderão lhe fazer calcular a média com valores distorcidos e irreais.
Evite também usar orçamentos de “mega promoções”, por exemplo “Black Friday”. Por serem mega promoções, significa que o preço está muito abaixo do valor médio praticado e, por isso, não é uma boa referência para usar durante um ano inteiro, que é a duração do contrato de seguro de câmera fotográfica.