Descubra porque não existe valor máximo na Tabela FIPE e aprenda como ela realmente funciona!
Temos recebido dúvidas frequentes sobre qual o valor da Tabela FIPE usado pelo seguro: valor máximo, valor médio ou valor mínimo? Neste artigo mostraremos que a Tabela FIPE trabalha somente com valores médios e por que esses valores máximos e mínimos não servem para efeitos da FIPE.
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Tabela FIPE divulga somente valor médio
(sem valor mínimo ou máximo)
A Tabela FIPE é uma referência dos valores médios dos veículos em território nacional.
Na matemática, “média” é um valor que diz onde se concentram a maior parte dos dados de uma distribuição. No caso da Tabela FIPE e os valores médios dos veículos isso significa que o valor da Tabela FIPE diz quanto custa, aproximadamente, a maior parte dos veículos.
“Mas eu vi! Tinha valor máximo sim!”
Alguns sites de venda de automóvel como a Webmotors, iCarros, entre outros, divulgam junto ao valor médio da Tabela FIPE outros valores como “valor máximo”, “valor mínimo” e até mesmo valor médio do próprio site. Esses valores não tem nada a ver com a Tabela FIPE, sendo uma referência do próprio site em tabelas próprias (por exemplo “Tabela Webmotors”, “Tabela iCarros” etc.).
Para evitar esse tipo de confusão é sempre bom olhar o valor da Tabela FIPE diretamente no site da mesma. Aqui (clique para ver) você confere o site da Tabela FIPE e verá que ao final do preenchimento ele dá somente um único valor, que é o valor médio.
Por que o seguro não usa os valores “máximos” ou “mínimos”?
A tabela de referência a ser usada no seguro deve obrigatoriamente constar no contrato (apólice). A grandíssima parte dos seguros utiliza como referência para pagamento de indenizações o valor médio da Tabela FIPE. Valores máximos ou mínimos apresentados por sites de vendas não são considerados para efeito do seguro de automóvel.
Abaixo você confere o que nós consideramos algumas das principais razões pelas quais as seguradoras não trabalham com valor máximo ou mínimo divulgados em sites de vendas de carros:
Dados de instituições competentes e sem vínculos empresariais
A Tabela FIPE não tem qualquer vínculo com empresas, sendo feita pelo Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, dirigida pela Universidade Estadual de São Paulo (USP) e sem fins lucrativos. Isso segue a Circular SUSEP 389 , onde é determinado que as seguradoras são obrigadas a usar tabelas “divulgadas em revistas especializadas, jornais especializados ou por meio eletrônico, desde que elaborada por instituição de notória competência”.
Já os valores máximos e mínimos divulgados por sites de venda de veículos são feitos com base em bancos de dados dos próprios sites. O foco dessas tabelas de empresas é o marketing, estimulando os usuários a fazerem vendas e compras através do site da própria empresa.
De maneira nenhuma queremos desmerecer o trabalho desses sites de vendas de veículo, afinal, os dados divulgados por esses sites de vendas ajudam os consumidores a fazer escolha na hora de comprar e vender seus carros. Porém, o ponto a ser ressaltado é que é necessário uma referência sem fins lucrativos, a fim de evitar possíveis conflitos de interesse.
Para você entender o quão fundamental é este ponto, suponha que as seguradoras decidissem que iriam usar uma tabela veiculada por um desses sites de vendas. Quais sites seriam utilizados,na medida em que há dezenas deles? Se num site determinado carro tem valores muito abaixo dos de outro site, o segurado não poderia ser muito prejudicado? Essas perguntas básicas elucidam como poderiam surgir conflitos de interesse, prejudicando tanto o consumidor quanto a saúde do mercado segurador.
Critérios estatísticos
Há também pontos fundamentais sobre os critérios estatísticos por trás da Tabela FIPE, que fazem sua utilização pelo seguro de automóvel uma opção mais segura para ambas as partes.
- Amostragem significativa:
Para a Estatística, há dois pontos fundamentais para que os resultados sejam o mais próximos da realidade: 1) Quanto maior a amostra, mais próximo da realidade será o resultado; 2) A amostra deve ser aleatória.
1) Tamanho da amostra: A Tabela FIPE presta serviço a 26 Unidades da Federação, calculando os preços médios a nível regional (para cálculo do IPVA) e a nível nacional (dado divulgado abertamente no site deles). Isso significa que ela conta com uma amostra gigantesca, chegando a resultados muito significativos.
As tabelas de grandes sites de vendas também contam com amostras significativas, porém não tão grandes quanto a da Tabela FIPE, podendo resultar em valores diferentes. Já para sites menores, a amostra pode ser pequena demais e não ter validade estatística.
2) Aleatoriedade da amostra:
Uma amostra “aleatória” é aquela que não segue um padrão. No caso da Tabela FIPE não são consideradas características ou diferenciais dos veículos (por exemplo: cor, tipo de pintura, acessórios opcionais etc.). Outro ponto é que são contabilizados os preços de diversos locais de vendas, também aleatórios. Tudo isso faz com que o resultado expresse uma média geral, sem viés.
Nos sites de vendas os preços colocados por anunciantes consideram essas características e diferenciais, o que tende a viesar os valores médios. Além disso, alguns sites podem ter maior foco em lojas focadas em classes de alta renda ou ter maior número de anúncios focados em lojas focadas em classe de baixa renda – isso pode puxar os valores para cima ou para baixo, respectivamente, viesando os dados.
Uso do valor médio evita arbitragens
Ainda que tenhamos colocados todos os pontos acima, pode haver quem pense que o seguro de carro deveria usar os valores desses sites ao invés da Tabela FIPE. Sem entrar no mérito do contrato, onde tanto segurado quanto seguradora concordam com a utilização da Tabela FIPE para indenização, há ainda um outro argumento fundamental.
Suponhamos que o seguro viesse a utilizar os dados divulgados por sites de vendas com amostragem significativa. Nesse caso, seria inevitável fazer uma pergunta: Qual valor seria pago pelo seguro: o valor mínimo ou o valor máximo?
Isso abre margem para arbitragem, que pode ser prejudicial tanto para o cliente (ao lhe pagar um valor mínimo muito distante da média de mercado) quanto para as seguradoras (ao pagarem valores máximo muito acima da média de mercado, podendo distorcer a função do seguro que é reposição do bem, e não o lucro).
O valor médio é uma das melhores maneira de evitar arbitragem, protegendo ambas as partes envolvidas no seguro. Média é um valor que diz onde se concentra a maior parte dos dados de uma distribuição. Ou seja, o valor médio de um veículo diz por quanto aquele carro poderá ser adquirido (em média) na maior parte das lojas e concessionárias do país.
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