A Covid-19 vem mudando os hábitos e padrões de atendimento em vários segmentos. Regulamentada às pressas no país, por causa do surto do vírus, a telemedicina explodiu em número de atendimentos, desde abril.
A atual crise incentivou o caminho da mudança como saída para a continuidade de muitos serviços após o isolamento. Também na área da saúde, diretamente afetada pela pandemia, o teleatendimento passou a ser uma alternativa de adaptação ao novo cenário.
A necessidade de reduzir os atendimentos e as aglomerações desnecessárias nos pronto-socorros entre outros, fez com que o Conselho Federal de Medicina (CFM) liberasse, temporariamente, atendimentos virtuais para triagem e monitoramento de pacientes em isolamento, por exemplo.
As novas demandas fez com que a portaria que autoriza a prática fosse liberada, em abril passado, desencadeando uma grande mudança também nos atendimentos das consultas.
Como a teleconsulta se ajusta ao cenário da pandemia?
Considerando os riscos de exposição à contaminação dos envolvidos – paciente, médico, equipe, os distanciamentos, salas de espera, contatos com outras pessoas pelo percurso até a consulta propriamente – a modalidade se ajusta perfeitamente ao cenário atual e a modernização dos atendimentos de saúde.
As ferramentas tecnológicas, a utilização da internet, dos aplicativos e de plataformas online despontam como alternativas mais seguras contra os riscos de contaminação, os custos do processo, encurtamento das distâncias entre outros benefícios, ganhando espaço e, por conta da pressão oferecida pela atuação pandemia, vencendo rejeições, mitos e barreiras.
Como é feita uma teleconsulta?
A teleconsulta é uma modalidade de consulta médica realizada à distância, com o auxílio da tecnologia da informação e comunicação, usando prontuário eletrônico em nuvem com videoconferência.
Ou seja, na teleconsulta, médico, paciente e outros profissionais de saúde não se encontram no mesmo local físico e todo o processo é realizado no meio digital.
Como é a teleconsulta?
Para o paciente é só baixar um aplicativo no celular ou no computador, procedimento que a maioria das pessoas já faz em seu dia a dia. Para os profissionais de saúde que passaram a utilizar o recurso, basta um treinamento de algumas horas.
O médico normalmente, faz a consulta através de uma plataforma tecnológica que se destaca pela robustez, segurança e integração de recursos, permitindo ao médico, por exemplo, emitir receitas e ter acesso ao prontuário eletrônico do paciente.
O médico também pode se comunicar e trocar conhecimentos com outros profissionais e conta com um novo arsenal de soluções frente à necessidade de isolamento social e de acesso à saúde.
Desde o ano passado, alguns planos já ofereciam teleconsultas, algumas disponíveis 24 horas em todos os dias da semana, e com foco nas queixas mais comuns, como gripe, tosse, dor de garganta, dor de barriga, diarreia, náusea, cólica menstrual, alergia, dor de cabeça e costas e ardor nos olhos, progredindo para novas queixas até o momento.
Através da reestruturação dos planos, os pacientes podem usar a plataforma de telemedicina dos hospitais credenciados e outras dezenas de plataformas para oferecer o serviço, incluindo também as especialidades de psiquiatria, dermatologia, urologia e ginecologia. Milhares de médicos (com CRM) se cadastraram para oferecer o atendimento online e o serviço online tende a crescer.
A telemedicina já era utilizada em diversos setores da saúde, como cardiologia, neurologia, radiologia, enfermagem, oncologia, oftalmologia etc. e também na atenção primária. Na cardiologia, por exemplo, a telemedicina associada a outros dispositivos (alguns comprados em farmácias) permite que o médico monitore a distância pacientes com marca-passo ou durante a teleconsulta verifique quadros de arritmia cardíaca.
A Teleconsulta substituirá a consulta presencial?
Em casos possíveis, sim. A teleconsulta e consulta presencial são complementares. Cabe ao médico saber qual é o limite entre as duas situações. Após a triagem dos pacientes na teleconsulta, o médico poderá encaminhá-lo para o atendimento presencial se necessário, com benefícios para médicos, pacientes e sistema de saúde.
Quais as vantagens da teleconsulta?
A telemedicina democratiza o acesso à saúde, disponibilizando primário e especializado até em regiões sem acesso, com distribuição desigual de recursos médicos de qualidade, por exemplo.
É um recurso tecnológico que ajuda a aproximar médico e paciente grandes extensões territoriais como no Brasil, também diversificando o atendimento às especialidades médicas para mais pessoas.
Colabora para desafogar e tornar mais eficiente o sistema de saúde, favorecendo uma triagem e encaminhamento dos quadros mais complexos para hospitais e pronto-atendimentos.
Favorece o compartilhamento de conhecimento e práticas dentro de toda extensão do segmento, até nas clínicas mais populares.
A portaria do ministério veio em boa hora, reinventando os atendimentos dos planos para o patamar da Saúde 4.0, o novo normal nesse segmento!